A necessidade de uma medida de Inteligência Pré-Mórbida (IPM)
The need for a premorbid intelligence (PI) measurement
A Neuropsicologia é uma ciência aplicada que se foca na expressão comportamental das disfunções cerebrais, tendo como característica distintiva a ênfase na identificação e medição de défices psicológicos (cognitivos e comportamentais) através de uma avaliação especializada. Essa avaliação tem como objectivo fundamental a determinação da integridade estrutural e funcional dos sistemas cerebrais, de modo a permitir um exame cognitivo preciso e fiável de uma possível disfunção que, na ausência de instrumentos e procedimentos específicos, não seria acessível à observação clínica.
De facto, o declínio cognitivo acompanha quase todas as disfunções cerebrais, sendo, portanto, uma importante característica do diagnóstico de elevado número de patologias neurológicas orientando a Neuropsicologia para a especialização na sua avaliação. O desenvolvimento exponencial de técnicas de diagnóstico não evasivas altamente sensíveis e válidas (como, por exemplo, técnicas de neuroimagem ou análises bioquímicas) têm colocado para segundo plano a avaliação neuropsicológica como instrumento de diagnóstico. No entanto, em certas condições, as recentes inovações médicas não são suficientes para ultrapassar dificuldades de diagnósticos inerentes a essas patologias (p. ex. doenças neurodegenerativas ou traumatismos crânio-encefálicos). Assim, a avaliação neuropsicológica recupera um dos seus objectivos iniciais de diagnóstico, sendo, a par com as técnicas de neuroimagem, considerada essencial para a identificação de défices e aptidões cognitivas do doente. Por definição, a avaliação do declínio cognitivo pressupõe algum nível de funcionamento pré-mórbido, ideal contra o qual os resultados do paciente possam ser comparados e medidos de um modo válido. Este nível de funcionamento anterior, designado por Inteligência Pré-Mórbida (IPM), é considerado crucial na determinação da presença, grau e curso de um possível declínio cognitivo em qualquer avaliação neuropsicológica. Embora essencial, ter conhecimento da IPM tornou-se num desafio árduo de ultrapassar que tem vindo a ser estudado nas últimas décadas, originando várias propostas metodológicas com diferentes graus de validade. Esta dificuldade parte essencialmente da ausência de dados anteriores do individuo que permitam a comparação e a análise da discrepância entre o estado pré-mórbido e o actual (exemplo: dados de uma escala de inteligência Wechsler aplicada numa fase cognitivamente saudável do individuo), tornando-se necessário recorrer a métodos indirectos que afiram as capacidades cognitivas pré-mórbidas de um modo fidedigno. A necessidade de uma medida de estimação da IPM, a ausência de tal medida para a população portuguesa, a existência, utilidade, validade e frequência de utilização de testes de leitura de palavras irregulares em protocolos de avaliação neuropsicológica em outros países e com resultados fiáveis e objectivos justificaram a construção, adaptação e validação de um teste análogo para a população portuguesa: TeLPI – Teste de Leitura de Palavras Irregulares. |
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